O ego separa, julga, presume. É veloz.
A alma integra, permite, assente. É lenta.
Meu ego não costuma me "despertar", pelo contrário.
Mas hoje, despertei pra ele.
E percebe-lo me fez enxergar, rever e relembrar o meu lugar...
De pequena, na imensidão da vida.
No sistema e na força que permeia a existência através de cada ser, e do tempo.
Dói ao ego, não ser importante.
Dói, o peso na consciência.
Dói, carregar a vergonha.
Dói, assumir o erro.
Mas, talvez, não crescer seja uma dor ainda maior.
Porque a dor da ilusão é infinita, e na realidade, ela acaba.
Por um lado, há pressa em aproveitar o tempo da melhor forma possível,
E não desperdiça-lo, já que afinal, é irrecuperável.
Por outro lado, a necessidade de presença e confiança pra tomar seu próprio tempo,
para estar disponível e inteiro, com quem e onde estiver.
É um presente, essa presença.
E talvez, seja exatamente pra isso que o tempo sirva.
Para que possamos usá-lo para aprender e crescer,
E crescendo sendo, criar momentos importantes.
A existência é soma desses momentos somados.
É pra isso que precisamos lembrar que vamos morrer.
Estudar a história, compreender os ciclos da natureza e da vida.
Para nos lembrarmos do fato inevitável que nosso ego ignora constatemente:
Somos seres frágeis e vulneráveis.
Estamos à mercê de forças que não podemos prever e muito menos controlar.
Não somos eternos nem invencíveis. Somos mortais e falíveis.
E através dessas falhas, vamos lapidando o ego,
amadurecendo o sentir, percebendo o corpo,
integrando a alma, elevando o espírito.
O medo da morte, talvez, seja só o medo do tempo
Nos chamando para fazer as pazes e habitá-lo.
O presente está na presença.
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Notas de Saturno Retrógrado em Aquário
Escrito por Maju Canzi
